É conhecida por ser a 4ª Revolução Industrial e prometer revolucionar para sempre os processos industriais como os conhecemos hoje. Essa nova Revolução Industrial permitirá a fusão do mundo físico, digital e biológico.
Desde o séc. XVIII, que o Mundo Industrial está se desenvolvendo, através da 1ª Revolução Mecânica e depois se seguiu a Elétrica e a Automação no séc. XX. Chegou a hora da 4ª Revolução, denominada de “4.0”!
Inicialmente, foi um conceito criado pelo governo alemão, com base no desenvolvimento de tecnologias atuais. Os sistemas terão capacidade para detectar problemas, agendar manutenções e realizar manobras, para que sejam cumpridas determinadas atividades em empresas industriais.
Essa nova revolução, em muitas empresas já implementada parcialmente ou integralmente, tem por base alguns princípios básicos:
Sistemas Ciber-físicos que permitem digitalizar os processos e objetos físicos das empresas facilitando o acesso à informação e desenvolvimento de inovações na indústria. Realidade virtual e realidade aumentada também são temas bastante presentes quando se fala de Indústria 4.0.
Impressão 3D é a adição de material adaptável, custo baixo, e rápida implementação no processo industrial produtivo;
Inteligência Artificial é a capacidade de simular a capacidade humana de raciocinar, tomar decisões e resolver problemas através de softwares e robôs, com o objetivo de reduzir a intervenção humana física e erros;
Internet das Coisas não é mais que conectar os objetos físicos à internet, para que possam executar atividades industriais em simultâneo, em tempo-real e rapidez;
Biologia Sintética surge no desenvolvimento, fusão e implementação de áreas de química, biologia, computação e engenharia na indústria e permitir que novos materiais e produtos sejam introduzidos no mercado de forma segura e rápida;
No mercado Brasileiro, temos vários exemplos de aplicação da Indústria 4.0. Por exemplo, a nova funcionalidade da companhia aérea GOL, chamada de “Selfie Check-in”, permitindo que o passageiro através do seu Smartphone, realize o check-in por Reconhecimento Facial quase instantaneamente e com alto nível de segurança e privacidade.
A Yellow, que oferece serviço de bicicletas compartilhadas sem estações fixas em São Paulo. O armazenamento de informações pessoais, meios de pagamento e rastreamento por GPS das bicicletas oferece ao usuário alguns dos princípios da Indústria 4.0.
Outro exemplo de transformação digital são as varejistas Magazine Luíza e o Grupo Pão de Açúcar. Durante os últimos anos implementaram sistemas de customer experience através de aplicativo e site voltados para a fidelização dos seus clientes que permitem o armazenamento do histórico dos seus hábitos e produtos comprados durante o ano. Estas novas funcionalidades virtuais permitem que as varejistas ofereçam os descontos direcionados ao cliente e otimizem o estoque junto dos seus fornecedores.
Mesmo assim, a aceleração da implementação da Indústria 4.0 no Brasil é urgente. Vejamos o gráfico abaixo, em que o peso do setor industrial no PIB vai caindo nas últimas três décadas, com o setor de Serviços a ganhar cada vez mais importância na Economia.
Outros pontos relevantes a serem considerados são a Produtividade e a Inovação. Segundo o Índice Global de Inovação, produzido pela “Deloitte e Council on Competitiveness” (2016), o Brasil vem caindo no ranking mundial, ocupando agora a 69º posição dos países mais inovadores. “Educação, investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), exportações de produtos de alta tecnologia” deverão ser prioridade para as políticas do novo Governo Eleito no próximo mandato para alavancar a inovação no Brasil.
Segundo um levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil é lanterna na produtividade do trabalho. Um trabalhador brasileiro gera, em média, US$ 16,80 (R$54,09), que comparado com outros 68 países, o coloca em 50º lugar. Apenas como referência, e não comparação, os empregados na Alemanha trabalham menos horas e são três vezes mais produtivos que a média dos países. As lacunas apontadas na Indústria Brasileira, tal como na inovação, são a elevada burocracia e baixo nível de investimento em infraestrutura, que limitam o crescimento do setor produtivo e consequentemente a competitividade relativamente aos produtos vindos do exterior.
Sendo assim, durante as próximas décadas o desenvolvimento do processo industrial vai ser cada mais intenso, e cada vez mais em nosso mercado consumidor, na customização dos produtos e serviços. Afinal de contas, cada dia mais, vemos clientes mais exigente em busca de experiências únicas.
Por Pedro Pereira, Consultor de Gestão.
Referências:
Ministério da Indústria e Comércio, Agenda Brasileira para a Indústria 4.0;
SISPRO Software Empresarial, O que é indústria 4.0 e o futuro das empresas?
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