Não há como negar que os avanços tecnológicos mais profundos que temos observado recentemente estão relacionados à comunicação, a qual é fator determinante para as transformações nas relações e comportamentos sociais.
Este ambiente, de acesso instantâneo a ilimitados tipos de informações e com maior interatividade entre as pessoas por meio de plataformas digitais, aplicativos e redes sociais, vem influenciando substancialmente os hábitos das pessoas, unindo-as por interesses em comum e lhes proporcionando acesso e experiências de consumo antes não exploradas.
Tudo isto, aliado a diversos outros fatores como maior preocupação com o meio ambiente, sustentabilidade e procura por facilidades que a vida moderna exige, vem de encontro com os conceitos pregados pelo modelo de consumo compartilhado.
Em essência, neste tipo de consumo, a oportunidade de acesso fala mais alto do que o sentimento de posse. Pois, se pensarmos que vivemos em um mundo cada vez mais dinâmico, onde os produtos se tornam rapidamente obsoletos e verifica-se uma ociosidade no seu uso pela inevitável falta de tempo para usufruí-lo, compartilhar ao invés de adquirir parece ser não tão somente economicamente mais vantajoso, como tendência nas relações de negócios.
Hoje, verificamos muitos segmentos com modelos de negócios que já se beneficiam direta ou indiretamente desta mentalidade do consumidor contemporâneo, como locadoras de veículos, bicicletas, transporte de passageiros (terrestre e aéreo), plataformas digitais de livros, filmes e músicas e até mesmo, locadora de imóveis. Assim, fica o questionamento se: queremos a posse do carro, da bicicleta, da casa, da mídia física ou o que eles nos proporcionam?
Por fim, diante deste contexto, cujo o foco não está mais no produto e sim nas experiências, nota-se que a estratégia, o marketing, a condução dos negócios e o posicionamento de mercado das empresas poderão sofrer impactos mais cedo ou mais tarde, independente do setor que elas atuam, pois este movimento de consumo colaborativo parece inevitável ou, até mesmo, irreversível.
Por MSc Rafael Ricardo Ramos da Costa
Parabéns pelo artigo,reflexão muito válida